domingo, 9 de maio de 2010

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you and me, we left our shoes near the wall on the beach. i don't remember how many years have passed since we did it the last time. but i am wrong, once more. not so many years after all. a similar day like today, we have been on a spanish beach. today, it is italian.
what happened to the times we used to go to the beach on summers? always the same place, always the same things to do.
something has changed, but not us. we walk alone near each other, each one looking the horizon and the silence is stronger than the wind against our faces.
we stop here and there looking at something, little moments of pause on our walking.
the sun is not the sun, just a small spring sun, almost hidden behind the clouds. people around. yes, there is people around. people trying to look at us without noticing. sunglasses mostly to let eyes go everywhere, long range binoculars.
a small group asks for a picture and you go, you always say yes, always kind if you can, and no reason to say no, a picture is asked but two cameras are put in your hands an you take one, then another.
while you take the pictures i look at the group and what seemed to be joy and confidence became a small embarassment. we both were looking at them and all they could do was being there waiting for the picture. the shots were made and we turned around, going on with our walking on the sun.
the last time you did it was 3 or 4 years ago.
and i need to wait 3 or 4 years to take another walk with you, maybe on greece then, or are we going to do it more often?
as always, questions made to always be questions.
our shoes were there where we left them.
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tu e eu, deixámos os sapatos junto ao muro, na praia. não me lembro dos anos que passaram desde que demos o nosso último passeio na praia. mas estou errado, de novo. não foram assim tantos anos. um dia igual ao de hoje, estivemos numa praia espanhola. e hoje a praia é italiana.
o que aconteceu aos tempos em que íamos à praia no verão? sempre o mesmo lugar, sempre as mesmas coisas para fazer.
alguma coisa mudou, mas não fomos nós. nós passeamos sozinhos perto um do outro, cada um olhando o horizonte e o silêncio é mais forte que o vento contra as nossas faces.
paramos aqui e ali olhando para alguma coisa, pequenos momentos de pausa na nossa caminhada. o sol não é o sol, apenas um pequeno sol de primavera, quase escondido atrás das nuvens. à nossa volta, pessoas. sim, há pessoas à nossa volta. pessoas tentando olhar para nós sem que notemos. de óculos escuros para que os olhos possam ir para todo o lad, binóculos de longo alcance.
um pequeno grupo pede uma fotografia e tu vais, sempre dizes sim, sempre simpático quando podes, e não há razão para o dizer, uma fotografia é pedida mas duas câmaras são-te entregues e tu tiras uma, depois outra.
enquanto tiras imagens, olho para o grupo e o que parecia ser alegria e confiança tornou-se um pequeno embaraço. ambos olhamos para eles e tudo o que podem fazer é ficar ali, esperando que tire a fotografia. os disparos são feitos e demos a volta, continuando o nosso passeio ao sol.
o nosso último passeio foi há 3 ou 4 anos.
e eu tenho que esperar outros tantos para voltar a passear contigo, talvez na grécia desta vez, ou vamos fazê-lo mais vezes?
como sempre, perguntas que são sempre perguntas.
os nossos sapatos ficaram onde os deixámos.

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